quinta-feira, outubro 27, 2011

Lixo espacial: projeto americano prevê reciclagem de satélites

Batizado de Phoenix, o projeto permitirá a reciclagem do material que está atualmente em órbita e que segundo a DARPA (Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa, dos EUA) está avaliado em cerca de 300 bilhões de dólares.


O maior problema em fazer isso hoje em dia é que o custo para se interceptar um satélite em órbita é muito elevado, o que exigirá o desenvolvimento de novas tecnologias robóticas. No entender de David Barnhart, gerente do programa Phoenix, serão necessárias novas tecnologias de imagens remotas e criação de ferramentas automáticas especiais, capazes de prender, cortar e modificar sistemas complexos em pleno espaço.

“Os satélites que estão em órbita não foram projetados levando em consideração a reciclagem. Não é uma questão de apenas soltar um parafuso ou desconectar um painel. As juntas são moldadas ou soldadas, o que exige tecnologias que ainda não dispomos, mas que será o objetivo do Phoenix", explicou o pesquisador.

O objetivo inicial do Phoenix são os satélites geoestacionários, que orbitam a Terra a 36 mil quilômetros de altitude. Quando encerram sua vida útil, muitos desses equipamentos são colocados em uma órbita conhecida como "cemitério", onde podem permanecer por milhares de anos antes de reentrarem na atmosfera.

No entanto, muitas peças - especialmente as antenas - podem sobreviver por muito mais tempo que a vida útil do satélite e são essas peças que deverão ser inicialmente recicladas. Existem centenas de satélites nessas condições, esperando que um dia possam ceder material que será usado novamente.


Lixos e Reentradas


Dos 40 objetos que deverão reentrar na atmosfera nos próximos 60 dias, 13 são fragmentos restantes da colisão entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, ocorrida em fevereiro de 2009 em pleno espaço. A maior parte do lixo é composta de restos de foguetes propulsores que foram usados para colocar objetos em órbita e que agora estão retornando à Terra.


Desde o início do ano, 273 satélites ou restos espaciais já retornaram à Terra, o que dá uma média de um objeto por dia rompendo nossa atmosfera. Desses, 15 eram satélites e 66 consistiam de fragmentos da colisão entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Por ano, cerca de 80 toneladas de material espacial retornam à Terra.

Victor Gomes Silva Monteiro


sexta-feira, outubro 14, 2011

Matéria Negra!

Os cientistas estão agora bastante à vontade com a ideia de que 90% da massa do universo está numa forma de matéria que não consegue ser vista.

Apesar de mapas compreensíveis do universo em redor que cobre o espectro desde o rádio até aos raios-gama, só é possível contabilizar 10% da massa que deverá existir. Como Bruce H. Margon, um astrónomo da Universidade de Washington, disse ao New York Times em 2001:

O termo atribuído a esta “massa em falta” é de Matéria Negra, e essas duas palavras resumem bastante o que sabe acerca o assunto nesta altura. Sabe-se que existe “Matéria”, porque é possível ver os efeitos da sua influência gravitacional. Contudo, a matéria não emite nenhuma radiação electromagnética de todo, daí ser “Negra”. Existem várias teorias a ter em conta para a massa em falta que vão desde a existência de partículas subatómicas exóticas até uma população de buracos negros isolados, até algumas anãs castanhas e brancas menos exóticas. O termo “massa em falta” poderá ser enganador, dado que a massa em si não está em falta, somente a sua luz.

 Mas o que é exatamente a matéria negra e como é que se sabe que ela existe, se não é possível vê-la?

A história começou em 1933 quando o astrónomo Fritz Zwicky estava a estudar os movimentos dos enxames massivos e distantes de galáxias, especificamente o enxame de Coma e de Virgo (Virgem). Zwicky estimou a massa de cada galáxia do enxame, com base na sua luminosidade e adicionou todas as massas da galáxia para obter a massa total do enxame. Ele então fez uma segunda estimativa independente da massa do enxame, medindo os desvios nas velocidades das galáxias individuais no conjunto. Para surpresa dele, esta segunda estimativa da massa dinâmica era 400 vezes maior do que a estimativa feita com base na luz da galáxia.

Ainda que a prova fosse forte na altura de Zwicky, foi só nos anos 70 que os cientistas começaram a explorar esta discrepância como deve ser. Foi nessa altura que a existência de Matéria Negra começou a ser levada a sério. A existência dessa matéria não só iria resolver o défice de massa nos enxames de galáxias; iria também ter consequências mais verosímeis para a evolução e o destino do próprio universo.

Victor Gomes Silva Monteiro








quinta-feira, outubro 13, 2011

Nobel de Física 2011 vai para estudo sobre expansão do universo

A real academia de Ciências da Suécia anunciou na manhã desta terça-feira (4) que o prêmio Nobel de física de 2011 vai para três pesquisadores que descobriram a aceleração da expansão do universo a partir da observação de supernovas distantes

De acordo com os jurados do Prêmio Nobel, o estudo dos astrônomos permitiu novos entendimentos sobre a evolução do universo. Os dois grupos de pesquisadores descobriram que a expansão não estava indo mais devagar, como se acreditava, na verdade ela estava se acelerando.

Expansão acelerada
Trabalhando separadamente em dois grupos de pesquisa durante os anos 1990 – Perlmutter em um e Schmidt e Riess em outro – os astrônomos traçaram o mapa da expansão do universo por meio da análise de um tipo de supernovas, explosões ocorridas no fim da vida de estrelas com muita massa.

Eles descobriram que a luz emitida por mais de 50 supernovas distantes era mais fraca que o esperado, um sinal de que o universo estava se expandindo a uma taxa acelerada.

"Por quase um século já se sabia que o universo está se expandindo por consequência do Big Bang, há cerca de 14 bilhões de anos”, disse um dos membros do comitê durante o anúncio do prêmio. "No entanto, a descoberta de que essa expansão está se acelerando é espantosa. Se a expansão vai continuar a acelerar o universo acabará em gelo". Acredita-se que a aceleração seja impulsionada pela energia escura, um dos grandes mistérios do universo


Victor Gomes Silva Monteiro